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sexta-feira, 3 de junho de 2011

O nò do afeto


Em uma reunião de pais, numa Escola da periferia,
a Diretora ressaltava o apoio que os pais devem dar aos filhos.
Pedia-lhes, também, que se fizessem presentes o máximo de tempo possível.
Ela entendia que, embora a maioria dos pais e mães daquela comunidade trabalhassem fora,deveriam achar um tempinho para se dedicar e entender as crianças.

Mas a Diretora ficou muito surpresa quando um pai se levantou e explicou,
com seu jeito humilde,que ele não tinha tempo de falar com o filho, nem de vê-lo, durante a semana.

Quando ele saía para trabalhar, era muito cedo e o filho ainda estava dormindo.
Quando voltava do serviço era muito tarde eo garoto não estava mais acordado.
Explicou, ainda, que tinha de trabalhar assim para prover o sustento da família.
Mas ele contou, também,que isso o deixava angustiado por não ter tempo para o filho e que tentava se redimir indo beijá-lo todas as noites quando chegava em casa.

E, para que o filho soubesse da sua presença, ele dava um nó na ponta do lençol que o cobria.
Isso acontecia, religiosamente, todas as noites quando ia beijá-lo.
Quando o filho acordava e via o nó,sabia, através dele, que o pai tinha estado ali e o havia beijado. O nó era o meio de comunicação entre eles.

A Diretora ficou emocionada com aquela história singela e emocionante.
ficou surpresa quando constatou que o filho desse pai era um dos melhores alunos da escola.
O fato nos faz refletir sobre as muitas maneiras de um pai ou uma mãe se fazerem presentes ,de se comunicarem com o filho.
Aquele pai encontrou a sua, simples, mas eficiente.

E o mais importante éque o filho percebia, através do nó afetivo,o que o pai estava lhe dizendo. Por vezes, nos importamos tanto com a forma de dizer as coisas e esquecemos o principal, que éa comunicação através do sentimento.

Simples gestos como um beijo e um nó na ponta do lençol,valiam, para aquele filho, muito mais que presentes ou desculpas vazias.

É válido que nos preocupemos com nossos filhos, mas é importante que eles saibam, que eles sintam isso.Para que haja a comunicação,é preciso que os filhos "ouçam" a linguagem do nosso coração, pois em matéria de afeto,os sentimentos sempre falam mais alto que as palavras.

É por essa razão que um beijo, revestido do mais puro afeto, cura a dor de cabeça, o arranhão no joelho,o ciúme do bebê que roubou o colo,o medo do escuro.

A criança pode não entender o significado de muitas palavras, mas sabe registrar um gesto de amor.

Mesmo que esse gesto seja apenas um nó.

Um nó cheio de afeto e carinho. E você... Já deu algum nó afetivo no lençol do seu filho, hoje?

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